Ricardo Amorim – considerado pela Forbes o economista mais influente do país – discutiu o cenário político econômico do Brasil e do mundo, na manhã da última sexta-feira (13), durante o painel “O cenário econômico no Brasil e no mundo”. A palestra faz parte da programação da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista (CNCL), que aconteceu no dia 13 e 14, em Campos do Jordão. Esta edição da CNCL está sendo organizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de São Paulo (FCDL-SP).
Amorim é formado em Economia, pela Universidade de São Paulo (USP), e tem pós-graduação em Administração e Finanças Internacionais pela École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales (ESSEC) de Paris. com mais de 20 anos de carreira no mercado financeiro, foi eleito pela Revista Forbes uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil e escolhido pelo LinkedIn como o maior influenciador do país.
O especialista afirmou que o Brasil e o mundo estão passando pelas maiores transformações da história, que criam desafios e oportunidades para o setor produtivo. Mudanças que são vistas na tecnologia, sociedade, política, economia e até com relação ao comportamento do consumidor.
A guerra na Ucrânia, por exemplo, marca uma nova era na geopolítica mundial, destacou Ricardo Amorim. “Pode ser que a gente volte a ter novamente um mundo bipolar: um mundo que, por um lado, tenha um bloco ocidental, liderado pela Europa e Estados Unidos; e um outro oriental, liderado por Rússia e China”, indicou, acrescentando que a globalização ou o mundo unipolar tinha barateado os produtos e serviços. “Se isso acontecer, a gente perde a capacidade de maximizar as vantagens produtivas de cada lugar, e a inflação vai ficar mais alta”, disse Amorim.
Cenário nacional
Para ele, com a consolidação do trabalho remoto, as oportunidades de negócios estarão no interior do Brasil, e não mais concentradas nas capitais. Esta tendência também tem relação com a exportação brasileira de commodities para países como China e Índia. “Estas regiões (internacionais) que estão crescendo mais demandam um tipo de produto que o mercado nacional produz no interior, como o minério de ferro e a soja”, explicou o economista.
O economista também destrinchou a alta dos juros e do dólar e a inflação no Brasil e no mundo – consequência da injeção de recursos na economia e programas governamentais de incentivo, que aumentou a circulação de dinheiro e gerou mais demanda de consumo, e da queda da cadeia de produção, em função da pandemia, que impactou os insumos. “Os custos ainda vão subir mais do que as pessoas estão imaginando, e isso corroí o bolso do consumidor”, afirmou.
Apesar do risco de a inflação ainda aumentar mais, Ricardo vê a possibilidade de o cenário econômico brasileiro melhorar. Com a guerra no oriente, o Brasil passa a exportar mais commodities que antes Rússia e Ucrânia também vendiam. Isso significa mais dólar entrando no mercado nacional. Além disso, a guerra e os juros tornam o país atrativo para os investidores, uma vez que a maior parte dos países emergentes – onde as taxas de juros são mais interessantes – estão ligados ou próximos territorialmente do conflito. Isso também pode significar mais dólar entrando no Brasil, diminuindo o valor da moeda americana frente ao real.
Internamente, a geração de emprego voltou a crescer, batendo recordes históricos. A abertura do comércio e o fim do estado de emergência por conta da covid-19 também deixa os consumidores e empreendedores mais confiantes. A busca do brasileiro por empreender, apesar dos desafios, é mais um sinal positivo para os negócios.
“Os dados também vão gerar oportunidades para o varejo, que em breve poderão ter um modelo de negócios parecido com o open banking”, prevê Ricardo Amorim.
Logo mais às 19h ocorre o Coquetel de Abertura da 56ª CNCL. A cerimônia contará com a presença de Jair Bolsonaro, presidente da República. As palestras voltam amanhã a partir das 9h. Toda a programação terá transmissão ao vivo no canal da CNDL no Youtube.
FONTE: Varejo SA
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