Comemorações intimistas e afetivas, para poucas pessoas e sem desperdício, sempre foram o foco da empresa Festas Ecológicas, de Londrina. Com o isolamento social para o combate ao novo Coronavírus, esse tipo de celebração virou regra. Os aniversários em buffets, tradicionais na cidade, precisaram ser adiados ou cancelados. Nem por isso a data especial precisa passar em branco. Para garantir as comemorações, a empresária Andressa Machado de Lima Gonçalves convidou outras duas empreendedoras do ramo e criou o “Kit Festa”, composto por itens de decoração, bolo e doces, com entrega em domicílio.
Andressa conta que enxergou uma oportunidade para o próprio negócio. “Muitas pessoas já tinham uma reserva financeira para consumir com festa e não vão deixar de comemorar”, afirma. A empreendedora usou a criatividade e desenvolveu kits com os materiais que já tinha em estoque. Os itens de decoração podem incluir toalha, boleira e suportes para doces reutilizáveis, topo de bolo, bandeirola, mix de balões, cachepô, vela. Bolo e cupcakes e os docinhos são garantidos pelas duas parceiras da iniciativa, as empresárias Suelen Miranda e Carina Segato, respectivamente. Os kits possuem dois tamanhos e preço médio de R$ 400, para 10 pessoas, com taxa de entrega inclusa.
Carina, que trabalha com doces artesanais em Cambé, cidade que fica a apenas 13 quilômetros de Londrina, diz que também locava peças decorativas para festas, assim como Andressa. Com a circulação do vírus, ela explica que esse tipo de serviço ficou mais complicado, pela necessidade de higienização extra na entrega e devolução dos itens. “Agora, o cliente tem a opção de comprar um kit que pode ser reutilizado na própria decoração da casa ou em outras festinhas”, afirma.
Com a chegada do aniversário do filho e a impossibilidade de realizar uma comemoração para toda a família, como havia planejado, Carina viu na parceria com outros fornecedores uma oportunidade de movimentar o negócio e atender os clientes que, como ela, não querem deixar de comemorar datas especiais e nem sair de casa para buscar as encomendas. Ela conta estar animada com a parceria em Londrina e adianta que também já fez contatos com fornecedores de Cambé para oferecer kits de festa prontos. Estes incluem salgados, bolo, doces e refrigerantes. Para enfrentar a crise no setor de eventos, a empreendedora passou a oferecer, ainda, caixinhas mistas de doces nos fins de semana e o produto tem tido ótima aceitação.
Suelen Miranda, que há sete anos está à frente da empresa Peggy Sue Bolos e Cupcakes, em Londrina, tinha nas festas de aniversário e casamentos sua principal clientela.
“Todos os casamentos foram adiados. Já as festas infantis maiores, que estavam agendadas para o período, foram canceladas”, lamenta. Ela contabiliza 70% de cancelamentos e diz que 30% dos clientes que haviam feito encomendas reduziram o tamanho dos pedidos para realizar comemorações em casa. Para continuar faturando na crise, a empreendedora tem atendido pedidos menores e lançado caixinhas de cupcakes com sabores variados para comercializar nos fins de semana. “Tem funcionado bem. Os clientes podem aproveitar para provar vários sabores”, comenta.
Para ela, a parceria no “kit festa” representa uma oportunidade de apresentar os seus bolos e cupcakes para mais pessoas, já que os pedidos poderão partir de clientes das outras empresárias. “Acho a proposta muito prática, porque a pessoa recebe a festa pronta em casa e com opções muito fofas para decorar. Com certeza é algo que pode continuar depois que a pandemia passar”, avalia.
A consultora do Sebrae/PR, Liciana Pedroso, destaca que o momento é de inovar e se reinventar. “A união é um dos reflexos trazidos pela pandemia. Quando empresas se associam, ganham força de venda, mercado, compra, produção, marketing”, pontua.
Através do associativismo, as empreendedoras conseguem atender as necessidades e expectativas dos clientes e garantir lucratividade. Liciana acrescenta ainda que esse tipo de serviço, criado para atender um nicho de mercado, continuará a ser demandado mesmo no período pós-pandemia. “Elas vão poder incorporar o modelo, porque é um diferencial”, aposta.
Fonte: Agência Sebrae
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