Há mais de 15 anos no comércio de roupas e acessórios, a empresária mineira Andreza Castanheira, proprietária da loja Maria Morena (@mariamorenalojabh) nunca vivenciou um momento como o atual. A pandemia pelo novo coronavírus fechou lojas e empresas em todo mundo, deixando muito comerciantes e empreendedores desesperados. Porém, este não foi o caso de Andreza.
Apesar da preocupação com o fechamento de sua loja em Belo Horizonte e o receio de que acontecesse uma queda nas vendas, a empresária arregaçou as mangas e colocou força total em uma estratégia que há muito já era sua aliada: o marketing digital.
Adepta das redes sociais desde a abertura da sua loja de roupas e acessórios femininos Maria Morena, Andreza sempre esteve presente nas mídias digitais e nas redes sociais. Começando pelo Orkut até chegar ao Instagram, ela garante que este foi o grande segredo para não apenas manter, mas aumentar suas vendas.
“Quem já trabalhava com redes sociais, quem já tinha um online forte, com toda certeza só deu continuidade. Eu sinto que essas permaneceram no mercado trabalhado ativamente. Muitas delas conseguiram até um maior engajamento e um maior faturamento. Foi o que isso aconteceu comigo. Nosso faturamento cresceu”, afirmou.
As vendas de Andreza tanto aumentaram, que ela teve a necessidade de contratar uma nova vendedora durante a pandemia.
“Quando deu início a pandemia, ficamos muito assustados. Então, o que fiz: liberei toda a minha equipe e comecei a trabalhar sozinha, por 21 dias. Faturando até mais do que a loja já faturava. Depois do 21º primeiro dia, minha vendedora principal voltou, completos 30 dias, chamei de volta minha gerente e, por fim, contratei mais uma menina”, destacou Andreza.
“Nossas vendas na pandemia cresceram muito. Porque muita gente parou. Pouca gente está trabalhando e tem muita gente para comprar. Durante os 3 meses de pandemia batemos meta todas as vezes e continuamos vendendo muito bem”, completou.
Criando engajamento
Cheia de estilo e conhecimento Andreza Castanheira é também o rosto e a voz da sua marca. É ela a modelo da grande maioria das fotos da loja no Instagram, que conta com mais de 41 mil seguidores. E além disso, oferece sempre dicas sobre moda para suas “clis”, como carinhosamente chama suas clientes, se destacando como influenciadora digital da sua própria marca.
“Eu mesma quem cuido de tudo. Desde o conteúdo até o que eu escolho para ser postado. Tudo vai de acordo com a lógica do meu dia a dia. Eu gosto de ser o rosto da loja porque eu sou uma pessoa que se identifica com o estilo da minha loja. Alguns setores, os donos as vezes não se identificam tanto com o produto. Ele vende um produto que ele acredita que é comercial. Eu tenho muito a cara das roupas que eu vendo. Então acho que eu usá-las cria uma identidade. Por eu influenciar digitalmente, até mesmo no meu Instagram pessoal, as pessoas que me seguem, isso facilita. Elas gostam do meu jeito, do meu estilo. Então quando eu falo, quando visto, quando eu tiro foto, gera um engajamento. Eu já tentei colocar modelos, blogueiras famosas, mas nenhuma consegue vender o produto da forma que eu vendo”, avaliou a empresária.
“Quero muito ter alguém para fazer esse trabalho para mim, para não me sobrecarregar. Mas mesmo que eu consiga alguém, vou sempre manter as minhas fotos no provador, usando as roupas. Isso gera uma simpatia. As pessoas se identificam comigo. Acho que isso que gera o engajamento, maior conclusão de venda. E eu trabalho essas fotos para venda, com finalidade de mostrar o produto. E nem sempre uma modelo ou uma blogueira tem essa visão comercial de dentro da empresa”, completou.
“E por isso, eu ganhei novos seguidores e clientes nessa pandemia por estar oferecendo um conteúdo diário, com novidades. Muitas lojas não fazem isso, mas a gente faz questão de postar novidades todos os dias”, finalizou Andreza.
Loja física, mas o foco é na venda online
Apesar de ter um ponto de vendas físico, o foco de Andreza sempre esteve focada nas vendas online. Como mencionado, desde que começou, Andreza sempre usou as redes para divulgar sua marca.
“Meu ponto comercial não é um ponto de alto de fluxo de pessoas. As pessoas não passam na porta, olham a vitrine e entram. Isso é muito raro. Mesmo antes da pandemia, os clientes que iam à loja, já iam com o print da foto do produto que eles queriam. Eles iam direcionados a experimentar aquilo que eles viram na internet”, ressaltou.
E como a internet não conhece fronteiras, sempre trabalhou forte seu serviço de entregas.
“Eu sempre trabalhei com delivery e sempre foi um ponto muito forte. Claro que na pandemia aumentou, e muito, a demanda, que agora é 100% online. Para o delivery em BH, tenho um motoboy, que está comigo há um tempo. E fazemos também a entrega via correio para outras cidades. Sempre tivemos, mas agora está totalmente dessa forma, até que as lojas do meu setor possam abrir novamente”, completou Andreza.
Aprendizados e dificuldades
Apesar de toda sua expertise, obviamente foi preciso criar novos processos para atender a alta a demanda e os diversos perfis de clientes. O que ela garante ter conseguido com sucesso.
“Eu tive que fazer um trabalho de adaptação com meus clientes que só compravam presencialmente, deixando eles à vontade, oferecendo facilidade na troca e, assim, eles foram se adaptando”, afirmou.
E adaptação é a palavra de ordem. Os desejos e hábitos de consumo da população sofreram alterações drásticas durante a pandemia. E a empresária também teve que adaptar seu mostruário e abordagem para entregar ao cliente aquilo que ele quer e precisa neste momento.
“O maior aprendizado que eu tive nessa pandemia foi o de ouvir o meu cliente, entender o que ele quer, entender o momento dele e o que ele está passando para oferecer o que condiz com esse momento. Buscamos peças confortáveis, peças atemporais. As pessoas não querem investir em nada que vai se perder. Elas querem sentir que estão investindo, não gastando”, avaliou.
Até por isso, mais que mudar o mostruário, Andreza cria diversas composições com suas peças, sempre pensando em agradar a todos os tipos de consumidoras.
E conhecimento serve também para ser repassado. Nada de superar a crise sozinha. A empresária dá dicas e cursos para lojistas que querem superar este momento e comemora os resultados.
“Muitas e muitas lojistas viraram minhas amigas, viraram parceiras que são gratas e que falam que se não fossem as dicas e os estímulos que eu dei, não teriam ânimo para sair da lama. Fiquei muito feliz com todos os conteúdos que gerei e os feedbacks que recebi. E sou muito grata. Acho que a gente sempre tem que passar para frente o nosso dom ou alguma sabedoria para ajudar o próximo. E eu fiquei muito feliz de poder ajudar a reerguer essas empresas”, garantiu.
Por fim, o que já está mais que óbvio para quem chegou até aqui, mas ainda não se aventurou pelo mundo das mídias digitais, a dica de ouro:
“Essa é uma oportunidade para quem não estava trabalhando, focar toda sua energia no online. Porque ele é futuro das vendas. Quem não entrar no online vai ficar por fora. Vai ficar defasado no mercado. E mesmo quem não está preparado deve começar a fazer trabalho e buscar retorno. Porque muita coisa ainda não voltou, então é preciso um trabalho online muito forte” finalizou.
FONTE: FCDL MG
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