Na cultura ágil, não existe mais espaço para uma liderança que não se comunique e que não invista nas relações interpessoais.
A gestão baseada no conceito de metodologias ágeis prevê a formação de equipes autodirigidas, descentralizadas, com foco na entrega para o cliente, o que altera completamente o papel da liderança. Essa característica de ser autodirigida faz com que a equipe seja independente o suficiente para se organizar em torno de um problema a ser resolvido, com autonomia para decidir a melhor forma de encontrar uma solução.
As equipes envolvidas nas metodologias ágeis não devem aguardar que seus gestores indiquem as tarefas – cada um sabe qual é a sua tarefa, o que precisa ser feito e todos cobram resultados um do outros, sem hierarquias, assumindo um maior sentimento de propriedade e de comprometimento.
Mas, mesmo que a equipe possua autonomia para decidir a melhor forma de realizar seu trabalho sem a necessidade de uma liderança direta, ainda é preciso contar com uma pessoa para gerenciar um projeto e liderar uma equipe.
Apesar de não existir a figura de um líder propriamente dito, a liderança se faz necessária. O agente responsável por esta atividade precisa ser capaz de guiar a equipe pela transição dos métodos tradicionais para o ágil, identificando as reais necessidades da equipe e buscando manter cada membro motivado frente a essa mudança.
Se nos métodos tradicionais as equipes tinham chefes, que antes apenas davam ordens, nas metodologias ágeis passam a contar com líderes caracterizados pelo perfil facilitador e mentor, que trabalham junto da equipe em busca de objetivos em comum.
O líder na mudança para uma cultura ágil
A implantação de metodologias ágeis implica na adoção de uma cultura ágil, transparência, confiança, empoderamento das pessoas, delegação de responsabilidades e interação entre os membros de uma equipe.
Na cultura ágil, não existe mais espaço para uma liderança que não se comunique e que não invista nas relações interpessoais. É o momento de humanizar a relação, desenvolvendo um clima de confiança e respeito, onde os membros das equipes se sintam valorizados e motivados.
Mais do que destacar problemas, um líder ágil sugere soluções. Ele reconhece suas forças e fraquezas e procura entender como determinada conduta ajuda ou atrapalha o andamento do projeto. Ele procura auxiliar e dar suporte para as equipes. Ele desenvolve soft skills como boa comunicação, empatia e resiliência.
Na cultura ágil, o líder não pode mais se comportar como chefe, deve ser uma liderança servidora. Esse conceito está baseado na afirmativa que liderar é servir. Dessa forma, o líder busca compreender as reais necessidades de suas equipes, no sentido de auxiliar, apoiar, ensinar, inspirar e motivar os colaboradores, para que todos possam desenvolver seus potenciais e talentos. Outra característica é a valorização de ideias e contribuições de seus colegas de trabalho, estabelecendo uma cultura de confiança e respeito.
Enfim, a liderança que vai conduzir à eficaz implantação de metodologias ágeis exige novas competências para conhecer as pessoas, entender expectativas, anseios, preocupações, saber ler a postura de cada um, gerando mais valor para o cliente.
Paulo Tiroli é especialista em Produtos de Segurança Digital Corporativa da Atech
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