Os mineiros estão menos propensos a gastar dinheiro. Isso é o que mostra a Pesquisa de Intenção de Consumo de maio, que aponta que enquanto apenas 14,6% das pessoas pretendem fazer compras, as outras 85,4% pretendem poupar/investir. Os dados são da Federação das Câmaras Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG).
O economista da entidade, Vinícius Carlos, afirma que essa é a primeira vez que o estudo aponta um grande avanço no número de pessoas que focam em poupar em vez de consumir. Também é a primeira vez, diz ele, que nem mesmo o apelo emocional do Dia das Mães fez com que as pessoas quisessem gastar mais dinheiro.
Tudo isso, segundo o economista, está relacionado à situação vivida atualmente não só pelo Estado, mas por todo o País e pelo mundo: a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Para se ter uma ideia, em dezembro do ano passado, os números estavam praticamente equilibrados: 49,1% das pessoas queriam fazer compras e 50,9% investir. O começo deste ano também foi de otimismo: em janeiro, 45,7% pretendiam comprar e 54,3% poupar.
Em fevereiro e março, o número de compradores baixou para 29,6% e 38,2%, respectivamente. Apesar da queda, nada tão brusco como verificado no mês de maio. Abril, por sua vez, teve alta, chegando a 44,8% de indivíduos com intenção de comprar em vez de poupar.
“O medo, o pavor do que está por vir em relação à economia e à política influenciaram os resultados de maio”, afirma Vinícius Carlos. De acordo com ele, todo esse cenário atual gerou nas pessoas a preocupação em guardar dinheiro. “Está tudo incerto. Não se sabe os próximos passos na economia. Existe também muito medo do desemprego”, destaca.
Junta-se a esses aspectos, de acordo com o economista, o fato de que muitas pessoas também têm medo de sair às ruas para realizarem compras, mesmo nos locais em que o comércio já foi reaberto com as devidas medidas de segurança.
Inovação – Quando o assunto é em que/qual setor os consumidores pretendem gastar dinheiro, o primeiro lugar ficou para supermercados e hipermercados (21,9%). Depois vêm farmácia/medicamentos (12,5%), calçados (7,8%), materiais de construção (7,8%), roupas (7,8%), automóveis (4,7%), jornais e revistas (4,7%), livros (4,7%), óculos (4,7%), perfumes e cosméticos (4,7%), smartphones/celulares (3,1%), suprimentos de informática (3,1%), viagens/pacote (3,1%), artigos esportivos (1,6%), brinquedos (1,6%), eletrodomésticos (1,6%), eletrônicos (1,6%) e materiais de papelaria (1,6%).
Vinícius Carlos chama a atenção para o fato de que, apesar de os itens de primeira necessidade estarem no topo da lista, as pessoas estão dispostas a fazerem outros tipos de compras também. Por isso, é essencial que os comerciantes saibam como oferecer seus produtos.
“Os consumidores estão cautelosos em relação a sair de casa, mas se os produtos chegam até eles, existe uma grande chance de realizarem as compras. Tem de aproveitar as oportunidades do momento, investir em entregas em casa”, destaca.
Os dados da FCDL-MG também mostram que, entre os que consumidores que pretendem fazer compras, a maior parte vai optar por parcelar no cartão de crédito (40,6%). Depois vêm à vista no cartão de débito e à vista no dinheiro, com 28,1% cada. À vista no cartão de crédito é a última opção (3,1%).
Poupadores – Entre os que querem aplicar o dinheiro, 52,6% afirmam recorrer à poupança. Fundos de investimento é a segunda opção (15,4%). Depois vêm tesouro direto (12,2%), previdência (9%), ações (6,4%) e capitalização (4,5%).
Fonte: Diário do Comércio
FONTE: FCDL MG
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