Ao lado do trabalho remoto, a terceirização de serviços tornou-se uma das tendências na retomada da economia após a fase crítica da crise sanitária. É o que demonstra a “Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19”, que foi conduzida pela FIA (Fundação Instituto de Administração). Segundo o estudo, 94% das empresas ouvidas afirmaram que o regime de trabalho superou as expectativas e passaram a contratar mais trabalhadores terceirizados.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que, em 2018, 22% dos trabalhadores formais atuavam por meio de terceirização. O número representa uma alta em relação a 2015, quando apenas 18,96% dos empregados eram terceirizados, conforme indicativos do “Suplemento de Relações de Trabalho e Sindicalização”, da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2015.
Na análise de Daniel Pereira, especialista em modelos de negócios digitais e fundador da Dropservicing Academy, os números demonstram o aumento na busca por profissionais terceirizados ano a ano.
“Recentemente, os freelancers também passaram a ocupar um espaço importante nas empresas de diversos setores. Mais do que uma solução para trabalhos específicos, estes profissionais possibilitam o surgimento de novos modelos de negócio, como o ‘drop servicing’”, afirma.
Modelo de negócios baseado em freelancers
Pereira afirma que o ‘drop servicing’ funciona de maneira semelhante ao ‘drop shipping’, onde a empresa atua como uma revendedora que intermedeia a operação de venda e terceiriza o processo de estocagem e distribuição com fornecedores, realizando as vendas de produtos sem precisar ter estoque.
“Já no ‘drop servicing’, o empreendedor ajuda clientes a contratar serviços digitais sem ter que realizar os serviços em questão. Em outras palavras, trata-se de um modelo de negócios baseado na terceirização e arbitragem de preço de serviços. Você encontra freelancers ou empresas que fornecem serviços digitais profissionais, cobra um valor mais alto e se concentra em obter vendas e clientes”, diz.
Segundo Pereira, o que torna esse modelo especial é que o empreendedor não precisa aprender determinadas habilidades. “Ao invés de investir em um curso de cerca de R$ 2 mil para aprender SEO e ter de se empenhar em anos de aperfeiçoamento, basta buscar um profissional freelancer de SEO que já possui esse conhecimento e terceirizar o trabalho”.
Segundo ele, o mesmo pode ser feito com serviços de criação de logos, posts de blog, websites e gestão de mídias sociais, entre outros. “Para chegar lá, é preciso seguir três passos: escolher um nicho de mercado, escolher um tipo de serviço que você vai oferecer na sua agência de ‘drop servicing’ e encontrar freelancers para terceirizar o trabalho”, exemplifica.
Baseado no modelo, Pereira está lançando o livro “Tempo é o melhor negócio”. Ele conta que a obra aborda como criar negócios que geram lucro financeiro e de tempo. “E o ‘drop servicing’ é um dos tipos de negócios que eu criei e que foi capaz de gerar isso para mim. Como não executo o serviço, tenho mais tempo livre”, revela.
A respeito do Dropservicing Academy, o autor explica que o projeto surgiu com a intenção de ensinar empreendedores e aspirantes a criarem agências capazes de gerar dinheiro, tempo livre e liberdade, uma vez que os serviços são todos digitais e podem ser oferecidos pela internet.
Para concluir, Pereira destaca que o modelo de negócios ainda é pouco difundido no Brasil, mas traz uma série de benefícios em relação ao ‘drop shipping’.
“Apesar de seguir um esquema semelhante, o ‘drop servicing’ conta com benefícios, como maior margem de lucro e a não dependência de altos investimentos em anúncios on-line. Por isso, é uma alternativa para empreendedores que tendem a contratar terceirizados e freelancers nesta retomada”.
FONTE: Varejo SA
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